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A tipografia consiste no processo de composição de um texto, tendo como objetivo ordenar, estruturar e formatar informação de forma a que esta seja legível e funcional. Noutros casos, a sua dimensão estética sobrepõe-se à semântica.
A letra possui sempre uma dimensão gráfica e linguística/funcional, isto porque apresenta um determinado aspeto mas também um determinado singificado.
Existem três épocas claras de escrita: a época de escrita à mão, a da tipografia de chumbo e a de tipografia eletrónica e digital.
" Tipografia é a arte de dispor corretamente o material de imprimir, de acordo com um propósito específico: o de colocar as letras, repartir o espaço e organizar os tipos com finalidade de prestar ao leitor a máxima ajuda na compreensão do texto. " Stanley Morison
Exemplos de Tipografia




Na minha recolha fotográfica, os elementos que procurei focar foram a perspetiva e a dimensão, aliando-os à técnica do profundo-/profundidade. Isto porque são elementos que visualmente me atraem e que não desenvolvi na minha composição visual.



Após várias experiências, este é o resultado final do nosso trabalho:
Capa : direção, dimensão e perspetiva; assimetria, opacidade e justaposição.
Bolacha : escala, textura e movimento; instabilidade, assimetria, exagero, atividade, audácia, transparência e distorção
Memória Descritiva
Neste primeiro trabalho, foi-nos pedido que elaborassemos uma composição que transparecesse a nossa interpretação visual de uma música à escolha. Eu e a minha colega, Leonor Carvalho, optamos pela música "Mundo ao Contrário", dos Xutos e Pontapés (https://www.youtube.com/watch?v=sn-X0FZq12M).
Após decidirmos a música, eu e a Leonor pensamos nos elementos básicos da comunicação que iríamos utilizar na nossa composição e de que forma os iriamos interligar com as técnicas de expressão visual e com a própria mensagem da música.
Como tal, optamos por realizar uma capa mais soft, utilizando elementos como a direção, dimensão e perspetiva, aliados a técnicas como a assimetria, opacidade e justaposição. Para tal decidimos contrapor dois planos, um inferior onde temos a personagem feminina e um superior com a personagem masculina, olhando um para o outro e tendo em comum o mesmo céu. Desta forma brincamos com a mensagem da música, tendo sempre um plano ao contrário. Procuramos assim remeter também para o lado pacato e bonito do amor, não fazendo algo exagerado, mas que ainda assim transmite a mensagem.

Já na bolacha, procuramos representar o lado dinâmico, louco e imprevisivel do amor, brincando com elementos como a escala, textura e movimento. Pensamos em aliar tudo isto a técnicas como a instabilidade, assimetria, exagero, atividade, audácia, transparência e distorção, e para tal, decidimos mais uma vez brincar com a mensagem da música e com a ideia de um "mundo ao contrário". Aproveitando a sua forma circular, fizemos da bolacha um mundo, pegando em vários monumentos característicos de diversos países e dispondo-os de forma aleatória, irreal e divertida.
Aqui ficam algumas experiências:
Lei da Proximidade
Tendemos a unir elementos próximos da forma mais simples, o que resulta em formas distintas.
Lei da Semelhança
Impõe-se à Lei da Proximidade: se tivermos elementos iguais e outros diferentes na mesma composição, tendemos a ligar os elementos iguais, seja na côr, forma, etc.
Leis da Teoria da Forma Visual
Alguns princípios
Mas existem regras que fogem às Leis
Lei de quantificação de ângulos
Apenas os ângulos de 90º, 60º, 45º e 30º são considerados perfeitos - os restantes são vistos como deformações.
Alguns princípios e conceitos
Segundo a Teoria da Gestal, nós não vemos partes, mas sim um todo. Como tal, a forma é um todo indissociável, com qualidades próprias, que não resulta exclusivamente da soma dos seus elementos.
Uma parte num todo é diferente da mesma parte isolada ou num outro todo.
Existem três conceitos básicos:
O campo - onde estão os elementos;
A estrutura - organização dos elementos que nos permite distinguir a forma;
A forma - resultado da organização dos elementos que se distingue ou não do fundo, consoante a estrutura;
No campo, a mesma forma pode ter significados diferentes, consoante a posição.
A simetria de uma figura acentua-se se o seu eixo no campo se orientar verticalmente.
Equilibrio -- Instabilidade
Simetria -- Assimetria
Regularidade -- Irregularidade
Simplicidade -- Complexidade
Unidade -- Fragmentação
Economia -- Profusão
Reticência -- Exagero
Previsibilidade -- Espontâneadade
Atividade -- Passividade
Subtileza -- Audácia
Neutralidade -- Acento
Transparêcia -- Opacidade
Realismo -- Distorção
Plano -- Profundo
Singularidade -- Justaposição
Agudeza-- Difusidade
Os signos representam algo, não sendo exatamente esse mesmo algo.
Segundo Pierce, existem três categorias de signos: o ícone, o índice e o símbolo.
Ícone
Tem sempre um grau de semelhança com o que representa.
Índice
Algo que, não sendo a representação exata, traduz algo. Ex. Um ninho, não sendo um pássaro, pode representa-lo.
Símbolo
Estabelece uma ligação perfeita com aquilo que representa, consoante o que foi definido. Ex. A palavra "pássaro" significa uma ave, ou seja, é a própria palavra que nos leva a associar isso. Já em Inglês seria a palavra "bird".
Os elementos básicos da Comunicação Visual são:
Ponto
Possibilita medir espaços e criar/definir figuras. Quando os pontos estão muito próximos formam uma linha.
Linha
Permite expressar sensações. Forma um contorno.
Contorno
Existem três básicos : quadrado, triângulo e círculo. Aos contornos associamos três direções.
Direção
Dão um sentido à forma, podendo ser vertical, horizontal, na diagonal, da esquerda para a direita ou vice-versa, etc.
Tonalidade
Permite dar dimensão a um plano
Dimensão
Ao utilizarmos elementos como a perspetiva ou a tonalidade damos dimensão a um plano.
Escala
Relação entre os elementos no que toca ao tamanho dos mesmos.
Textura
É trabalhada com o ponto, linha e tonalidade, remetendo para a sinestesia (tato).
Movimento
Através de linhas e direções, dá a ideia de que a imagem não é estática/tem vida.